Quando Alexander von Humboldt começou sua famosa expedição pela América do Sul em 1799, ele nem imaginava que seria o primeiro cientista a classificar uma das mais famosas espécies amazônicas: a castanha-do-pará. A grandeza da castanheira e a versatilidade de seus frutos impressionaram o explorador alemão. Também pudera, tudo nesta espécie é grandioso, a começar pelo tamanho.
A castanheira é uma das árvores mais altas da Amazônia, podendo atingir 50 metros de altura, o equivalente a um prédio de 16 andares. Seus troncos tem 2 metros de diâmetro e seus frutos, os “ouriços”, têm o tamanho de um coco e podem pesar até dois quilos. É lá dentro que ficam as castanhas, que na verdade são as sementes da castanheira. Quando está maduro, o ouriço cai da copa das árvores, carregado com até 25 castanhas, sem sofrer um arranhão.
Batizada por Humboldt com o nome científico de Bertholletia excelsa, essa espécie também é chamada de castanha-da-amazônia ou castanha-do-brasil mas ela ficou mesmo conhecida em todo o mundo como brazil nut (nozes do Brasil). O que chega a ser injusto pois a espécie também é encontrada em países como Bolívia, Colômbia, Venezuela e Peru. São aproximadamente 325 milhões de hectares de castanhais em toda a Amazônia, que só se formam em florestas de mata virgem, como as áreas preservadas do rio Trombetas, no Pará.